"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

11 de abril de 2013

Passeando no passado

Depois de percorrer o mundo todo, alguns continentes mais de uma vez, seu desejo era visitar o lugar onde nasceu.
Fui escolhida para participar do passeio 
que há muito eu pretendia fazer.
Primas de gerações diferentes mas com interesses 
e gostos muito semelhantes.
Ônibus foi o meio de transporte utilizado para nos levar até Engler, um pequeno vilarejo, distante setenta quilômetros de Carazinho.
Após a primeira curva da estradinha de chão batido,
 a intuição da prima
nos levou a encontrar o "homem do mel e das rosas"*. Sim, ele existe, tem nome e família e um coração amável,
 raro encontrar nos dias de hoje.
Pensávamos rever os lugares, presos na memória da prima, caminhando, mas não imaginávamos que as distâncias entre uns e outros fossem tão grandes. 
Pois, o "homem do mel e das rosas"* dispôs-se a interromper a coleta de mel e a poda das roseiras por algumas horas e se fez cicerone das descendentes da família, ela filha do menino que estava na barriga da mãe e eu neta do menino
 em pé entre pai e mãe. 
Do acampamento, em poucos anos a casa foi erguida com muito amor, onde os  filhos cresceram, casaram, os  netos chegaram e todos, parentes e amigos sempre foram recebidos com muito carinho e fraternidade. 
O casal, Herman e Elisabeth estiveram casados
 por quase cinquenta anos, 
quando ela, em 1947 faleceu.
Ele, viveu ainda sete anos e em 1954 partiu para encontrar a mãe de seus filhos no plano espiritual.
Seus restos mortais estão guardados lado a lado, no cemitério cujas terras pertenciam à família e dista apenas mais ou menos quinhentos metros da antiga morada.
Mas, deixo meus bisavós descansarem, passeando no plano etéreo e retorno ao presente, até o terreno onde a laranjeira, plantada pelos pais da prima, mantém-se imponente e repleta de frutos, embora a casa onde ela nasceu já não exista.
Aqui, a prima abrindo a porta da igrejinha onde foi batizada e confirmada na fé Evangélica Luterana, no final dos anos 1940, 
como comprova a placa com o ano da inauguração.
Impressionou-me ver as árvores de camélias, plantadas pela minha bisavó materna ontem, em pleno outono nos brindando com lindos botões semi abertos.
As palmeiras, também plantadas pela família permanecem imponentes no pequeno oásis sobre a coxilha, já sem a casa, rodeado por lavouras de soja, não mostradas aqui por não fazerem parte da nossa história familiar.

* "homem do mel e das rosas" - seu nome é Wilson e mesmo nós sendo duas desconhecidas, apenas nos apresentando como descendentes dos Genehr, foi de uma gentileza ímpar e não fosse sua disposição em ajudar, nosso passeio seria frustrante pois de onde desembarcamos do ônibus até o cemitério, seria muito difícil fazer a pé e retornar no mesmo e único ônibus que ali nos deixou, duas horas antes.


8 comentários:

  1. Que lindo!!! Adorei esse passeio de resgate da memória . Lindas recordações. Belas fotos ! E que coisa boa ver pessoas assim, que se dispõe a ajudar! Adorei ver as plantas tão antigas ali ativas, fazendo seu papel. LINDO post! beijos,chica

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  2. Que passeio lindo! Pois é, as pessoas bem no interior, em geral, tratam a gente bem melhor, ainda mais se somos conhecidos ou familiares de alguém da região.

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  3. que emocionante Beth, eu adorei seu resgate, seu passeio entre seus fantasmas.
    É isso, a gente tem que fazer uns passeios assim, visitar os fantasmas, matar a saudade, ou a nostalgia de algo que nem sequer viveu...
    amei as fotos, as casas, Meu Deus, que coisa boa.
    E o pe´de laranja? tão grande, tão velho e carregado de frutos.
    E as flores, as camélias? Veja que basta não cortar, não matar, elas vão vivendo e nos presenteando.
    Um beijo querida, adorei vir aqui e passear contigo. (voce está uma gata na foto)

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  4. Ah! mas que legal Beth!! é bom podermos reviver o passado e momentos que foram bons e importantes pra gente. Imagino que o passeio tenha sido maravilhoso!

    Beijos, Néia

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  5. Que passeio emocionante! A minha foto preferida é a do seu avó ainda menino, eu adoro ver fotos dos meus pais e avós quando eram crianças. Eu também acho que as pessoas simples que vivem em pequenas cidades são mais gentis e educadas com todo mundo, sabem receber um visitante como se fosse da própria família!
    Beijos
    Laís

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  6. Oi Beth
    Muito legal essa viagem ao passado. Lindas fotos!
    Bjos.
    http://ashistoriasdeumabipolar.blogspot.com.br/

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  7. Beth, adoro ler suas postagens que recordam o passado.

    Amo ficar olhando as fotos!!

    Eu viajo!!

    Querida, que passeio delicioso...rever, relembrar, descobrir...nossas raízes, nossa gente!!

    E encontrar pessoas maravilhosas como esse senhor!

    Fica com Deus,

    beijinhos,

    Lígia
    ღ╮♥⊰✿⊱♥╰ღ╮♥⊰✿⊱♥╭ღ╯

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  8. Beth, fotografias contam histórias e mostram o comportamento de uma época. Adorei passear com você aos seus antepassados, através dessas lindas fotografias. Se pra nós é legal ver essas fotos e o lugar, imagino pra você. Beijos!

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