Bela mansão, quando recebeste o habite-se, eras assim. Linda, imponente, uma das, senão a mais linda da rua. Tuas linhas em estilo italiano nada têm a ver com o proprietário e sua família, mas foram fruto da imaginação do Engenheiro Camilo Bonésio,
nascido na Itália.
Os Genehr, que desde 1946 até hoje são teus proprietários deram-te o ar germânico com as flores que a Oma (vó) Lydia cultivava, as cortinas tricotadas, enfim o coração batendo dentro dos frios tijolos era germânico.
O tempo passou, muita coisa mudou, inclusive por alguns anos foste alugada para uma família chinesa. Onde era o consultório do Opa (avô) surgiu em Carazinho, no final dos anos 60 e início dos 70,
a primeira loja de artigos que hoje pipocam
nos camelódromos do país!
É, desde aquele tempo, a família chinesa comercializava tais produtos que deixavam as pessoas simples, da pequena Carazinho, fascinadas. Atualmente sabe-se de onde vêm tais produtos, embora Made in China, são contrabandeados do Paraguay.
Em novembro de 1975, vó Lilly, Luiz, eu e Aline viemos habitar tua parte superior. Ainda "lá em cima" Tiago nasceu em 1979. Em 1980, vó Lilly ficou com a parte de "cima" e nós, com a parte de baixo.
Aqui, abrigados entre tuas paredes, meus filhos viveram a infância. A Aline parte da adolescência também, até mudar para a capital do Estado cursar medicina na na UFRGS, e o Tiago daqui saiu somente quando casou.
Agora, escrevendo, dou-me conta que foram muitos os anos por mim aqui vividos. Trinta e seis anos ininterruptos, mais os oito da infância, são quarenta e quatro anos.
Alguma coisa sobre tua existência já foi contada e mostrada aqui no blog, mas estamos chegando numa encruzilhada e mereces ter tua história preservada, os bons e os maus momentos procurarei nas próximas postagens escrever. Uma delas deixarei aqui hoje, de onde surgiu teu apelido "mansão". Um querido amigo, em 1996, numa campanha política, apelidou-a assim "mansão" e o apelido pegou. Sei que nunca qualquer morador pretendeu que fosses uma mansão no sentido literal, mas carinhosamente assim és chamada.
Que legal, Beth! Eu tenho comigo que as casas t~em alma, ou melhor, absorvem as energias de seus habitantes. Às vezes nem é uma casa tida como chique, ampla ou algo assim, mas é acolhedora e dá uma sensação gostosa estar nela. Outras é realmente um palacete, mas frio, sem vida, como um amigo disse "um show room", sem toque pessoal. Lembro que me despedi da casa de POA tocando nas paredes e agradecendo os momentos que vivi lá, foram 20 anos! Foi bem difícil, mas o ciclo da casa conosco tinha terminado. Agora, depois de ciganear uns bons anos, me preparo para ir para meu apto, espero que também, por uns bons anos. Senti uma energia boa lá e é assim que as casas deviam ser escolhidas.
ResponderExcluirAdoro histórias de casas de familias. E a Mansão já faz parte do blog, uma personagem querida como os outros habitantes da casa.
ResponderExcluirbeijos
Que história bonita de família!!..:)
ResponderExcluirBjs, Néia e Nikita
Oi Beth..
ResponderExcluirQue linda história de familia...Adorei! Ótima Semana!
Beijos!
San...
Linda história de família e linda mansão tb! beijo Beth
ResponderExcluirOlá Beth, apareceu esta sumida...tenho me enrolado no trabalho por aqui, enfim, coisas de sobrevivência...
ResponderExcluirBeth, acho incrível que alguns lugares carregam consigo uma história, não é a toa que na Europa costumam dar nomes às casas e acredito mesmo que elas tem alma e carregam um pouco da gente nelas. Adorei a história...
Beth, quanto ao desapego aos livros, também fico treinando, é difícil, mas a gente chega lá, pequenas iniciativas como essa que mencionou pode fazer diferença, não é? Bjo no coração...
Linda casa...uma mansão mesmo! Cheia de energias boas, lembranças mágicas.
ResponderExcluirComo é bom conhecer um pouco da historia dos amigos.
Por favor continue contando, e coloque mais fotos, adoro isso.
Tenho comigo que era mesmo a mais bonita da rua, tão imponente e com tantas janelas, digna de uma familia numerosa.
Bom vir até aqui e ler voce Beth. Beijos, tenha uma ótima semana.
Oi! esqueci-me de dizer que adoro casas construidas rente á rua.
ResponderExcluirIsso significa que o quintal é grande, espaçoso.
Na minha terra natal, Sorocaba, antigamente as casas eram construidas rente à rua, com a porta da sala já na calçada.
Era delicioso ficar á janela vendo as pessoas passarem, conversando com algum conhecido, assistindo a vida lá fora.
Conte-me sobre isso também. Vou amar.
Beijos querida.