"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

11 de fevereiro de 2011

Edredão, edredon, acolchoado, coberta...

      Muitas maneiras há para nominar a coberta para cama, muito usada nas regiões com inverno rigoroso. Nasci e resido até hoje no Rio Grande do Sul, então conheço bem a evolução do nosso antigo "acolchoado". Esta peça, muito útil para o aconchego, até onde lembro, século XX, anos 50 e 60, eram confeccionados pelas mulheres da família. 
      Tínhamos as chamadas "cobertas de penas", tradição trazida pelos imigrantes alemães e os acolchoados "recheados" com lã de ovelha. As cobertas de pena eram leves e proporcionavam um aquecimento muito agradável. Já os acolchoados de lã de ovelha eram mais pesados e, para quem necessitava "sentir o peso" da coberta, era o ideal. 
      As "cobertas de pena" eram mais onerosas e em nossa família, haviam apenas duas (para os filhos), uma pequena para berço e outra para cama de solteiro. Sobreviveram por décadas, nas últimas, guardadas em armários até que criei coragem e descartei-as (até hoje minha mãe pensa que continuam guardadas). 
      Óbvio que cobertas de penas e acolchoados de lã de ovelha não eram lavados, apenas "tomavam banho de sol" nas varandas ou janelas! Imaginem como eram as crises de rinite na época.(Assunto para outro post).
      Pois bem, esta introdução aí está para atestar que desde tempos longínquos, as cobertas eram tecidas manualmente, prática que continua para muitos até hoje, principalmente por hobby. Tomei gosto pelo acolchoado manual (quilt) ao ver o preço dos edredons para bebês, quando meu neto estava para nascer. Quanto menores, mais caros. Aí, junto com a nora, decidimos: vovó arriscará a confecção!

           Acolchoado para berço, pique branco, recheado com fibra acrílica, o verso em malha azul, pespontado em azul, decorado com ursinhos e caseado ao redor.


      Além do acolchoado, confeccionei também um saco de dormir. O material utilizado foi pique branco, moletinho com estampa de aviões (explico outra hora), malha azul, passa fitas e fita mimosa azul. Tudo devidamente recheado com fibra siliconada. Acolchoei, ou quiltei, o saco de dormir, à mão livre com a letra G no modo cursiva. Todo o trabalho é criação própria, sem modelo ou molde, a inspiração é o amor que sinto pela família.

Costas saco de dormir

Frente saco de dormir

       Procuro evitar o desperdício, então, com as sobras das peças anteriores, fiz um manta para carrinho, em moletinho forrado com malha azul, passa fitas e fita mimosa. Ah, e o primeiro "nana(mencionado no post anterior) foi feito com os últimos pedacinhos do moletinho e da malha. Já o pique, adquiri tanto que fiz outros trabalhos, oportunamente serão postados e, ainda tem alguns centímetros. 


9 de fevereiro de 2011

"Nana" do G

Explicando: G é o neto e "nana" também é conhecido por soninho, naninha, cheirinho...

É aquele paninho que as crianças adoram levar para todos os lugares e detestam quando são lavados. Para evitar cenas na hora do banho do "nana", convém ter outro de reserva. O primeiro, fiz logo após o nascimento do G e agora, coincidência, no dia em que completa cinco meses, estou postando o segundo.
Ambos foram feitos na mesma medida, um quadrado de 47cm de lado, o primeiro com uma cabeça de cachorro no centro e este, mesmo o molde da cabeça sendo igual, não sei onde errei, mas o cão ficou muito bicudo. Aí, para não perder o trabalho, improvisei uma crista e um bico e o transformei em um "galinho". Tudo a ver com a viagem que G fará com os pais e tios próximo mês.


O tecido usado é moletinho, frente estampada, com detalhes azuis e o verso todo em azul no mesmo tecido. A frente é um legítimo patchwork, dos antigos. Daqueles em que eram usados restos de tecido que se tinha em casa. Os retalhos deste trabalho são de dois pijaminhas que fiz logo que o G nasceu. Apenas para o verso foi necessário adquirir tecido porque os retalhos não deram conta.
A barra ao redor é toda feita em ponto caseado à mão. Bordar ponto caseado para mim é terapia!


8 de fevereiro de 2011

Ana voltou

      Vários dias sem postar, por conta de alguns dias de férias de Ana, nossa auxiliar nos serviços domésticos. A primeira semana razoável. Nunca gostei das lidas domésticas, exceção à cozinha.
      Nos três primeiros dias tudo transcorreu normalmente, mas, a partir daí, sob um calor de 32°C, qualquer movimento com a vassoura parecia tortura. Pensei em chamar uma substituta, mas só  lembrar a necessidade de explicar as manias e necessidades dos habitantes da casa, desisti.
      A primeira semana levou-me a pensar que o legislador ao implantar os 30 dias de férias para os empregados domésticos, o fez para os empregadores valorizarem tais tarefas. A segunda semana apenas confirmou meu pensamento porque cheguei ao último dia com bolhas nas mãos, unhas literalmente moídas (detesto usar luvas a não ser as de pelica no inverno).
      Enfim, Ana voltou e cá estou podendo escrever!
      O vestido e  bolsa da filha, mesmo entre as tarefas domésticas foram concluídos.


Vestido

Bolsa

Caderno de Corte e Costura de 1963.

Interior da bolsa


      E, na cozinha, criei uma receita de pastéis assados, recheados com beringela, ricota e hortelã.
      Entre tantos afazeres, ainda pude fazer outro "nana" para o neto (fotos em próximo post).