"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

25 de junho de 2011

Hauskatzen - Lelo


Olá! Sou Lelo, "O" gato amarelo. Não lembro onde nasci, mas vivi um tempo num prédio muito alto e lá não era legal. Era proibido sair de casa. Então, tentaram deixar-me na garagem do prédio, mas saía para explorar a vizinhança até que avisaram a síndica que iriam preparar uma isca envenenada para eu sumir. Não sei bem o que é isso, mas deve ser coisa muito ruim porque uma amiga da Beth foi logo falar com ela para ver se eu poderia morar na Hauskatzen. Como sou amarelo, Beth pensou em dar-me de presente ao filho, mas ele não quis.  Mal cheguei aqui na Hauskatzen e levaram-me à uma clínica, fizeram-me dormir e quando acordei, senti um desconforto mas não entendi bem o que aconteceu. Voltando da clínica, ao chegar em casa, Mimi contou que o que aconteceu comigo acontece com todos os gatos que vêm morar aqui. O nome é castração. Dizem que é para o nosso bem, para evitar que tenhamos filhotes e para que não tenhamos vontade de sair para namorar. A parte do namoro comigo funcionou muito bem porque nem ligo para as gatas, mas sair é comigo mesmo.
Aprendi logo pular o portão da Hauskatzen, escalar algumas cercas e muros para caçar.
Sempre trazia o produto da caça para os colegas e algumas vezes a caça era tão farta que sobrava para a Beth ver. Já foram várias pombas e outros passarinhos menores. Estão achando nojento? Sou um gato, querem o quê? Que vá a um restaurante tomar espumante? 
Como já perceberam nada segura minhas escaladas e, ao lado da nossa casa havia um Pinheiro Alemão, muito alto, onde pombas e outros pássaros faziam seus ninhos.  Acontece que os donos da casa ao lado resolveram "repaginar" o jardim e cortaram o pinheiro. Agora, preciso ir um pouco mais longe para continuar comendo "carne fresca" de aves. Como podem ver nas fotos abaixo, durmo o dia inteiro porque à noite o trabalho é intenso.







E, para perturbar meu sono, às vezes a Beth deixa os cachorros pequenos, principalmente a Fi, tomarem sol no sofá da Hauskatzen. 

24 de junho de 2011

Resgate de uma cadela!

No inverno de 2008, meu filho estava em campanha eleitoral, no interior de Soledade e encontrou, perambulando numa estrada vicinal, esta menina linda, da qual à época era possível contar todos os ossos do corpo. Foi colocada no carro e levada para a APAS, associação que cuida de animais abandonados em Soledade.

Lá, recebeu tratamento médico veterinário, foi alimentada, aquecida e por mais ou menos uma semana ficou a espera de alguém que a adotasse.
Existe alguma dúvida sobre quem a adotou? Adivinharam, Tiago adotou-a, sabendo que não poderia ficar com ela muito tempo pois mora em apartamento. Pois bem, um tempo ficou no quintal de uma casa onde funcionava o escritório onde minha nora trabalhava.

 Mas, era acomodação provisória e, finalmente foi acolhida aqui em casa.
Em 2010, obriguei-me a colocá-la presa na corrente porque brigou com a Kida, nossa cadelinha minúscula que têm apenas três patas, e por pouco não a matou.
Mas, não durou muito a contenção com corrente, pois Kida aos poucos aproximou-se novamente e até dormiam juntas na casa grande, onde Tita está com a pata apoiada.
A prova da amizade é a foto abaixo, flagrada hoje, com Kida na casinha pequena e Tita com todo o seu tamanho, deitada dentro de uma gaveta. Essas acomodações ficam no lado de fora da casa, uma espécie de depósito fechado, que os cães tomaram conta.
Algumas, poucas, histórias de cães abandonados terminam bem. Valem novamente as três palavrinhas mágicas: Amor, Tolerância e Respeito, por tudo e por todos. 

23 de junho de 2011

Hauskatzen - Katy Lu

Beth ainda está triste com a "partida" do Tilli, então resolvi contar minha história na Hauskatzen. Na foto acima estou com cara de tédio, mas minha vida é um tédio.
Nasci uns três anos atrás, entre o telhado da casa e o da garagem, de uma veterinária. Vivíamos muito bem lá, minha mãe e eu. Meus irmãos eram bobinhos e conseguiram pegá-los para doar, ainda pequenos. Mas, eu estava crescendo e a dona da casa ficou com medo que saísse para namorar e então prepararam uma armadilha e caí nela. Preferia continuar ali, vivendo em liberdade, aprendendo ser gata com mamãe. A veterinária, conhecia a Beth e sabia que aqui eu poderia viver segura na companhia dos outros gatos.
Já que decidiram por mim, jurei que jamais um humano conseguiria pegar-me no colo e até hoje estou conseguindo manter a promessa. Não deixo nem a Beth, que consegue pegar qualquer um e enfiar comprimidos guela abaixo, me pegar. Quando é preciso tomar vermífugo, ela chega com cara de poucos amigos e diz: não adianta Katy, vais tomar na marra e ainda ameaça me levar prá ACAPA. Aí engulo e não mordo nem arranho ela, fico com pena, passa o dia todo "lidando" conosco.
Sou muito revoltada, detesto gatos, então Beth deixa-me viver no atelier, coloca meu pote de ração em cima de um armário bem alto e ai da Zóio pensar em chegar perto...
Zóio antes de se indispor com os outros gatos e ir morar no atelier
Já foi marcada minha castração quatro vezes, mas podem esquecer, não conseguirão me pegar.
Passo os dias dormindo, quando ninguém inventa fotografar.
No verão prefiro dormir sobre a mesa de trabalho, estou deitada sobre o pano branco, os outros são
Dulce e seus filhos. Esta poltrona, na sacada do quarto da Beth, é das preferidas. Quando não chove, fico deitada lá quase o dia todo. Nem penso em fugir, pulando na árvore de canela como a Dulce faz.
Quando faz muito frio, depois que todos adormeceram, deito na cama da Beth e durmo tranquila, mas, se ela percebe e tenta fazer carinho, saio e vou prá cima do meu armário.
Eu na cama da Beth
Fazem alguns dias, estou um pouco estranha, sinto "umas coisas", aí grito, rolo no chão, ergo o bumbum e pedalo com as patas traseiras. A Zóio disse que isso é "cio", e que ela não sente nada porque é castrada. Aconselhou-me que concordasse em fazer a cirurgia, daí não sentirei mais essas "coisas". Acho que a Beth não gosta muito quando grito durante a noite, às vezes ela manda eu parar, para que ela possa dormir. Já ouvi falar que quem ama castra, sei que a Beth me ama, mas se deixar que me peguem, os gatos da casa vão rir de mim. Tenho fama de briguenta. Ah, não sei, vou pensar!

Homenagem ao Tilli

Revendo arquivo de fotos, encontrei algumas impossíveis deixar de postar. Tilli é o protagonista. Foi fotografado no dia 15 de maio, brincando na "creche" com uma caixa da papelão. 





Menos de quarenta dias depois foi brincar no campo do Arco Íris

22 de junho de 2011

Hauskatzen está triste - Tilli desistiu.



Dizem que os animais que morreram enfermos, ao chegar ao campo do Arco Iris imediatamente se sentirão saudáveis e fortes, cheios de vigor e energia.
Então, depois de alguns dias de enfermidade, sem jamais perder a pose, hoje Tilli deve estar brincando com muitos gatinhos e, contando suas histórias de convivência com cães e gatos, na Hauskatzen.
Sentirei falta daquela coisinha minúscula seguindo meus passos, escalando minhas calças até conseguir o desejado colinho. Era meia noite e alguns minutos quando lhe dei 5ml de soro caseiro, única coisa que ainda aceitava. Hoje pela manhã, quando abri o quarto verde onde já pela segunda noite estavam com ele, Mitinha, a mãe e as meninas, irmãs, todas vieram ao meu encontro e ele permaneceu deitadinho na caminha. Ao tocá-lo, percebi que embora ainda quentinho, certamente pelo calor da família, já havia partido. 


Não sei qual o problema do blogger, mas hoje não está aceitando colocação de fotos. Postarei assim mesmo pois sei que têm pessoas preocupadas com o Tilli.

21 de junho de 2011

Quando o ser fala mais alto que o ter!

O primeiro contato que tive com a associação onde adotei a maioria dos cães e gatos que estão ou passaram por aqui foi numa reunião, como convidada. Na época era diretora de licitações na Prefeitura da cidade, mas já certa de que iria deixar o trabalho, até dezembro de 2004.
Chamou-me a atenção naquela reunião, de mais ou menos 8 a 10 pessoas, a figura de um senhor, que na época era tesoureiro da associação. A partir daquele dia, passei a frequentar as reuniões mensais, cheia de ilusões, grandes idéias e o senhor que mencionei, apenas sorria com meu entusiasmo. Após algumas reuniões, quando já estava mais entrosada com as pessoas (sempre as mesmas, menos de 10), não lembro se antes ou depois da reunião o senhor (dirigirei-me aqui a ele sempre como senhor), disse que tinha um sonho. Comprar área de terra, para construir um lugar decente e abrigar os animais abandonados, naquela época empilhados num lugar que irei definir como "limbo". O dinheiro para a compra do terreno e a construção, ele estava aguardando receber valores de uma ação revisória contra o INSS na qual havia saído vitorioso.
Pois bem, o dinheiro chegou e ele cumpriu e está ainda hoje cumprindo sua promessa. Falar apenas no senhor é injusto porque é uma família, composta dele, esposa e uma filha, jovem, bonita, professora de Educação Física, campeã numa modalidade de artes marciais e, que por longo período tudo abandonou, dedicando vinte e quatro horas do dia para os animais, ainda na sede velha. A mãe, até hoje prepara alimentação especial para filhotes e velhinhos que não podem comer a ração dos adultos. 
Início da transferência dos animais
No início da obra a mãe ainda era professora estadual e ainda assim sempre acolheu vários gatos e cães em sua casa, além de preparar a alimentação acima mencionada. O senhor, é aposentado, mas faz a contabilidade de uma empresa. O restante do dia é dedicado a cortar ossos (adquiriu uma serra elétrica, de açougue, com seus recursos), arrecadados por ele em alguns supermercados, açougues, e, transportados em seu veículo particular, no início um carro popular e hoje numa pequena camionete. Também corre de lá para cá em busca de doações, raras, mas que ajudam, ou comprando às suas expensas, ração, arroz, carne, etc. Enfim, está passando e dedicando sua vida em busca do bem estar de cães e gatos abandonados, maltratados, doentes, acidentados. Contam hoje com a ajuda de uma voluntária todas as tardes, alguns poucos, nos finais de semana e dois funcionários, pagos pela associação, que não tem renda, a não ser uma minúscula verba destinada pelo município, que não é suficiente para seis meses, alguns poucos reais doados, depositados em conta corrente no Banrisul. Este é o segundo ou terceiro ano que a Prefeitura disponibiliza um veterinário para fazer as castrações, mas o material e medicamentos é todo comprado pela associação, diga-se: Família e dois ou três voluntários.


Atualmente estão "hospedados" em torno de 400 cães e alguns poucos gatos, porque o local está contaminado e os gatos adoecem e morrem.

As duas fotos acima são do atual gatil. Não é o ideal, mas é o possível.
Dedico essa postagem à família que construiu, ainda constrói, cuida, faça sol ou chuva, frio ou calor, a filha, que poderia estar trabalhando turno integral para ter mas prefere ser, como seus pais são.
Enquanto eles são, outros interessam-se apenas em ter cães e gatos de raça.
Usem a consciência, desejam comprar filhote de raça? É sinal que têm condições financeiras de bancar, não só a compra mas também vacinas, ração, areia (caso dos gatos), caminhas, roupinhas, e tudo o que um animal requer. Com o troco dessas compras, doem ração, dinheiro, medicamentos para associações, dirigidas por pessoas de bem, que controlem a natalidade dos animais, efetuando a castração. Pesquisem, em quase todas as cidades existem abrigos, mas prestem atenção antes de doar, vejam se a doação será empregada em benefício dos animais como no exemplo aqui citado. Senão, é melhor apenas adotar um ser que no abrigo se encontra.
Tudo que aqui está postado é de minha inteira responsabilidade. A família não sabe que escrevi.(saberá apenas após a postagem)

Fotografar, lembrar, amar! (parte 2)

Mirei e olhei apenas com o coração. Filha aparece linda como sempre e genro inidentificável, embora ele more no meu coração, os olhos mantiveram o foco apenas na minha querida filhota!  
Aqui foi ela quem determinou minha "pose". Mostrar que estávamos comendo a sobremesa,   inventada por ela naquele momento, após o jantar, que constou apenas de uma lasanha de legumes. A sobremesa, massa de negrinho com "chocolate do padre",  acrescida de uma caixa de creme de leite, onde mergulhamos pedaços de banana, na panela mesmo, uma delícia.
Domingo pela manhã após terem iniciado a viagem de retorno para casa, fotografei o fundo do quintal. Havia observado de longe umas florzinhas brancas sobre o gramado do antigo canil. A grama está coberta de trevos com minúsculas flores.
Contrastando, as folhas da planta que chamamos "adão", desconheço o nome correto, que são enormes, passando de um metro de comprimento.
Percebe-se bem o tamanho, ao lado da pitangueira.
Inverno iniciando hoje, muita umidade, chuva, com previsão de tempo bom apenas final da semana. Inverno aqui é complicado para quem tem muitos focinhos e bigodes e mamãe idosa para cuidar.

20 de junho de 2011

Fotografar, lembrar, amar! (parte 1)

“Fotografar é colocar na mesma mira a cabeça, o olho e o coração." (Henri Cartier Bresson)

É muito bom estar em sintonia com gente que pensa igual. Não fosse assim, talvez jamais conhecesse a frase acima. Copiei do blog da Rutha, "Fotografar é colocar na mesma mira a cabeça, o olho e o coração.  
Pois assim tenho feito, desde que ganhei minha querida câmera. 
A cabeça pensa, o olho vê e o coração sente. Somente com os três elementos juntos, possível captar algo assim como Fi acolhendo Tilli
 Aqui já aconchegados como mãe e filho
 Tilli aproximando-se da almofada do Picolo
Danadinho, já tomou conta...
Tilli recebendo o calor do meu peito e o som do coração! 
Deitado no meu ombro enquanto digito
Aqui, deitado sobre minhas pernas enquanto trabalho no blog
Tilli está precisando de muito amor para sobreviver. Retirei-o da companhia das maninhas porque é muito fraco e mesmo eu dando complementos alimentares, parece que só sua cabeça cresce. A partir de hoje, ficará junto comigo e darei pequenas porções de alimento e muito carinho para dentro de poucos dias poder mostrá-lo grande e forte.