"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

9 de julho de 2011

Hauskatzen - acolhendo

Sábado, final de semana, um pedaço de tarde na ACAPA, atrapalhada. 
Feliz por ter sido recepcionada por uma cadelinha minúscula que ontem na hora de fechar os cadeados não encontramos.

Não pude ficar mais tempo, mas Aline ficou, prometendo não sair do abrigo antes de achar a figurinha. A má notícia é que está com cinomose, mas talvez recupere.
As duas fotos seguintes são chocantes, mas a situação já foi muito pior. O Vitinho, que é como resolvemos chamá-lo, estava internado numa clínica há vários dias por conta de uma humana maravilhosa que o acolheu na rua, em estado pior do que está hoje. Por 15 dias ainda fará tratamento com antibiótico, comprimidos que darei assim como já tomou hoje, sem fazer fiasco.
Aqui bem pertinho, apenas meio nariz.
Ninguém sabe a origem dele,  mas hoje está albergado na Hauskatzen,  respira quase normalmente, alimenta-se bem e é extremamente carinhoso. Ronrona e mia manhoso, muito fofo. Quando estiver com aparência melhor, procuraremos uma casa onde ele possa viver tranquilo seus dias, antes de passar a Ponte do Arco Iris. 
Para alegrar o post, uma foto do banho de sol matinal de alguns moradores da Hauskatzen!
Reparem na pose das jovens meninas empoleiradas e a Fi, como sempre, na frente da câmera.

8 de julho de 2011

Gatos, Cães e reencontro


Passei três tardes da sede da ACAPA, durante a semana, tentando ajudar mas desconfio que mais atrapalhei que ajudei. 
A situação deve ser semelhante à de um socorrista em seus primeiros dias num pronto socorro. É mais ou menos assim: use a intuição, não pergunte e faça. Só não vale medicar sem orientação.
Estou feliz porque fui aceita não apenas pelos gatos, mas também pelos cães. Os saudáveis às vezes nem carinho pedem, outros passam todo o tempo nos rodeando.
Quando iniciei o trabalho voluntário com os animais domésticos, certo dia, inverno, encontrei uma cadela numa caixa molhada, forrada com panos molhados, num canil com uns vinte centímetros de barro misturado com fezes e trouxe-a para casa. Naquela época, pensava que uma bomba seria bem vinda no local de onde a tirei. Bom que nenhuma bomba estourou e que pessoas conscientes assumiram a associação. Fui obrigada a depois de algum tempo, devolvê-la porque não tive condições de cuidá-la adequadamente. Além de ser portadora de sarna demodécica, era e continua sendo extremamente mal humorada, não gosta nem de humanos nem de cães. 
Pois é, ontem reencontrei Vitória junto com alguns "colegas", em um dos canis da ACAPA. Abaixo algumas fotos dela e dos parceiros de "asilo".
Vitória
Cocker, idoso e cego
Poodle
Chow Chow idoso
Fica a pergunta, como é que esses cães foram parar num abrigo?
E este parecendo irmão da minha saudosa Ursa? É alegre, brincalhão, jovem e ninguém adota. 
Urso e coleguinha
Amanhã, sábado irei até lá para uma visitinha rápida à tarde, apenas para ver três cadelas, uma com dificuldade e outras duas impossibilitadas de caminhar. Estou passando momentos muito bons com elas, o carinho que demonstram é imenso!
Amor, tolerância e respeito.

7 de julho de 2011

Mais um pouco de história da família

Dando continuidade à história da família materna, sem muito texto e mais fotografias, apresento abaixo: avô Germano Bernardo, avó Lydia, mãe Lilly Elsbeth, tio Egon e tia Ingeborg.
Apenas pequeno comentário sobre a elegância de todos. Ressaltando que as roupas femininas eram confeccionadas pela avó Lydia.

Era costume na época, piqueniques aos domingos onde participavam a família e amigos. Na foto acima, meus avós ainda não eram casados. Ele é o homem com bigodinho, cara de malandro e a então noiva e linda jovem que aparece no canto direito. Ao seu lado está minha bisavó Idalina Mentz Stoffel e em frente ao avô uma das irmãs de Lydia.

Aqui, já casados e com a filha Lilly no colo de Lydia, todos elegantemente trajados. Observem a corrente de ouro sobre o colete de Germano.

Vejam a doçura dos irmãos, posando para a fotógrafa  Ana Balzan, em Getúlio Vargas. Tio Egon trajando conjunto em linho e a mãe com vestidinho de tricô. Algo no olhar dos irmãos comprova a cumplicidade que sempre houve entre os dois.

Esta foto se fosse em cores seria fantástica. As flores pendentes a mãe diz serem "chuva de ouro".

O ramo da família, vinda da região inicialmente colonizada pelos alemães e instalada  entre Erechim e Passo Fundo, enriqueceu trabalhando com olaria e madeireira. Os frutos do trabalho foram fartos mas a "lida" era pesada e Germano nunca gostou muito da vida no interior. Antes de casar-se foi para Teutônia aprender com um seu tio, o ofício de "Dentista Prático Licenciado". A "riqueza" material da família foi-se com duas revoluções, ocorridas no Rio Grande do Sul, restando apenas a propriedade onde viveram e morreram meus bisavós, partilhada entre cinco filhos e uma filha. No entanto, riqueza moral e cultural todos receberam na partilha, bens infungíveis, transmitidos por várias gerações de todos os ramos da árvore, plantada no Brasil por Gotfried Genehr.


6 de julho de 2011

Inverno dói!

Até uns dez anos atrás, adorava inverno. Para mim era a estação mais charmosa do ano. As estações do ano continuam as mesmas, o inverno aqui no Rio Grande do Sul sempre foi gelado, vento minuano soprando e assoviando, geada deixando os campos com imagens maravilhosas. E, a maioria das plantas nativas necessitam receber esse frio todo.
Mas, agora imaginem alguém necessitando trabalhar num local assim.
O charme do inverno só é visível, para quem o vê em vídeo, ou através das janelas em ambiente aquecido. Ou para quem como eu na época adolescente, desfila a moda inverno de 1970, numa tarde em chá (quentinho)beneficente, no hoje demolido Clube Comercial.
Anos 1970 ou 2011, frio é frio e dói, nos dedos das mãos, nos pés, na cabeça, de quem está sem a devida proteção.
Pensem nesta imagem,
ou nesta
postadas ontem, cobertas de geada e duas pessoas, um homem e seu filho adolescente, atravessando campos gelados desde onde moram até a sede da ACAPA, onde trabalham o dia todo, numa sensação térmica de -10°C, lidando com água, quando não está congelada nos canos, o que tem acontecido nos últimos quatro dias, limpando "cocô" de mais ou menos quatrocentos cães, fazendo fogo, cozinhando, e limpando, limpando e limpando.
É difícil entender como numa cidade de sessenta mil habitantes não existem voluntários para pelo menos auxiliar,  a voluntária que comparece todas as tardes  auxiliando o veterinário nas castrações e/ou ministrando medicamentos. Hoje pude ajudá-la, em talvez 1% do que faz diariamente. 
Minha intenção era apenas medicar os gatos e ir embora mas, quando vi a voluntária lavando as roupas usadas nas caminhas num "tanquinho" e torcendo na mão, envergonhei-me e permaneci mais tempo. Pude ter contato com três cadelas lindas, infelizmente com sérias lesões, oriundas de atropelamentos e que dificilmente poderão recuperar-se PORQUE EM CARAZINHO NÃO TÊM NENHUM HABITANTE QUE POSSA ASSUMIR FINANCEIRAMENTE UM TRATAMENTO CIRÚRGICO e, se tivesse, dificilmente apareceria alguém disposto a adotar animal que necessite de cuidados permanentes.
É, frio dói muito, no corpo e na alma. 

5 de julho de 2011

Gatos e Cães - Amor Incondicional!

Hoje após o almoço fui cumprir minha última atividade com a Kida. Dar ao seu corpinho destino apropriado.
Para fazer isso, fui até a sede da ACAPA. Confesso que não participei do funeral, os funcionários encarregarm-se de tudo. Passei a tarde toda com os focinhos, mais ou menos 400, e com os bigodes, apenas 12. 
Fui muito bem recebida pelos focinhos, com lambidas e patadas, são muito amados. Andei por todos os lados, conversei, fiz e recebi carinho, inclusive daqueles que estão contidos em correntes. 
A grande maioria está solta, correndo pelo campo, bem alimentados, os legítimos donos do próprio focinho! Todos têm casinha, ou apartamentos (os canis), mas dormem onde sentem-se bem.
Durante o dia portões abertos, com exceção aos locais onde estão os doentes, filhotes ou cadelas ainda não castradas.
Não vão embora porque não são bobos, cama e comida estão garantidos, então o máximo que fazem é correr até a xácara vizinha provocar os coleguinhas "entre muros".
Mostrei as instalações no post: http://coisasepanosdabeth.blogspot.com/2011/06/quando-o-ser-fala-mais-alto-que-o-ter.html
Hoje fotografei a "liberdade" dos cães.
Mas, chegou a hora do gatil. Ao aproximar-me da cerca, iniciou a sinfonia. "Tire-me daqui" miiiiaaauuu, "sou maltratado", miuuuiiii, "aqui é muito frio" mauiiiiiuuuu, "não temos o que comer" burp, ops, desculpe.
Um filhotão mestiço com persa, amarelo, lindo, subiu na cerca, fez malabarismos, enfim, todos chamavam, não resisti e entrei. Fui literalmente atacada ao entrar. Subiam pelas minhas pernas, numa miação que pareciam os seres mais infelizes da terra. 
O que está no ombro foi o primeiro a escalar minha perna, seguido por outros.
Abaixo a parte interna do gatil, onde podem reparar que os figurinhas mentem prá dedéu, quando dizem que não têm comida. Recebem ração, carne moída com arroz e carne moída crua todos os dias. O chão é forrado com folhas de jornal para evitar umidade. Portanto, só se pode acreditar serem carentes de afagos, outras necessidades são supridas.
Este parece o Francisco "cheirando" meu cabelo.
São muito mimosos, mas sou obrigada a dizer que a saúde física deles não está 100%, digamos que uns 60% saudável cada um. Amanhã iniciarei um mutirão para tratá-los, usando minha tática infalível para fazer gatos engolirem comprimidos. Torçam por mim e principalmente por eles.
Branquinho lindo, gordinho, já castrado, pronto para a adoção.
Mais algumas imagens dos cães

É preciso ressaltar: apenas dois funcionários, pai e filho cuidam da limpeza do local, alimentam e verificam o estado de saúde de todos, para relatar aos voluntários e providenciar atendimento veterinário ou outra necessidade. Embora as pessoas que lá estão todos os dias possam ser contadas nos dedos de uma mão, não pisei em nenhum cocô, algo que nos passeios públicos da cidade é fácil ocorrer.
A imagem abaixo, senti como se fosse o campo após a Ponte do Arco Iris, mas é real e quem quiser pode passear por lá!

4 de julho de 2011

Tristeza - Adeus Kida

Várias vezes consegui salvá-la.
Primeira, quando a adotei na ACAPA, com cinomose entre outros tantos com o mesmo problema, só que ela era a menor de todos e tinha apenas três patinhas.
Nem sua história consegui contar aqui, dediquei-me mais aos gatos no blog e hoje, infelizmente, a história terá que ser contada com final (infeliz).
No dia 24 de junho, quando contei a história do resgate da Tita, mencionei Kida. O link é esse: http://coisasepanosdabeth.blogspot.com/2011/06/resgate-de-uma-cadela.html.
É difícil entender o comportamento dos cães. Na foto acima, Kida está partilhando seu espaço com dois gatinhos. 
Uma das cadelas que está dentro de casa, a Nausi,  conviveu desde os quatro ou cinco meses até mais ou menos dois anos normalmente com Kida e mais três cadelas. Um dia, as duas iniciaram uma briga terrível, nada nem ninguém conseguia separá-las. Enfim, consegui erguer a Nausi e aí, sobrou meu tornozelo para os dentes da Kida, uma cicatriz de quase dez centímetros e que jamais desaparecerá. Houveram mais duas brigas entre as duas e então decidi trazer Nausi para dentro de casa.
Entrou a Tita no território e tudo corria tranquilamente até a Kida resolver avançar na Tita que não deixou barato e praticamente cortou-lhe o pescoço, consegui separar e cuidar da pequena até tudo ficar bem. Outra briga e, dessa vez, quando consegui socorrer Kida a Tita atravessou meu braço com as presas. Mais um início de briga, mas estava junto e consegui segurar Tita pela coleira, mas caí na escada, músculo amassado, acho que sem retorno ao normal.  Tudo bem, vivemos felizes até duas horas atrás. Escutei as cadelas de fora latindo e corri. Quando cheguei, agarrei-me às patas traseiras da Tita e puxei a coleira até que soltasse a pequena. Percebi com um olhar que estava morta.
Aí, Tita avançou na Leona, e para soltar, segurei-a na coleira e torci o focinho. Não sei onde encontrei força física para arrastar a Tita até o quarto onde dormiam e trancá-la, deve pesar em torno de 50 quilos.
Depois de trancá-la, ainda com aquela pontinha de esperança que sempre resta, peguei toalhas e juntei Kida. A tristeza juntou-se com a certeza de que não sofreu. Foi desnucada e a morte foi imediata. 
vítima e algoz 

Continuo não entendendo o comportamento dos cães. Estavam bem alimentadas,  haviam comido ração, cada uma já havia ganho o petisco costumeiro, antes de dormir. Pela manhã fiz carinho em todas... são apenas cadelas, nenhum macho, não têm filhotes e num repente tornam-se ferozes gladiadoras? 
Este é o lado difícil e triste de ser protetora de animais.
Enquanto digitava, fui algumas vezes verificar como estão as sobreviventes. Leona está numa das casinhas, Tita na sua "gaveta" e Muly e CP noutra casinha.
Com certeza a Ursa já recebeu Kida na Ponte do Arco Iris!

3 de julho de 2011

Hauskatzen - algumas fotos

Desejando ótimo final de domingo a todos, deixo algumas fotos dos Ninos, filhos da Dulce que com ela vieram para passar uns dias na Hauskatzen, até ficarem fortes para serem doados. Mas, mais forte que eles, ficou meu amor e tornei-me adotante dos Ninos. A falta de imaginação para os nomes é motivada por pensar nos futuros donos, que gostariam de batizá-los. Mas nós nos entendemos. O amarelo é o Nino Lelo e o amarelo e branco é o Nino Branco.
Fofinhos
Fazendo "arte" com cubo de gelo (no verão), enquanto faço arte na máquina de costura!
Nino Lelo, olhos cor de mel!
Nino Branco "encaixotado"
Pose na minha cama, sobre a almofada, Gato, eu que fiz!
Boa noite!