"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

29 de março de 2012

Rebostiana e o penico

          O tempo por aqui já andava curto, parecendo que as horas têm menos de sessenta minutos, agora com a presença da Rebostiana diminuiu mais ainda.
          Ela passa o dia todo andando atrás de mim como sombra e pior, enchendo-me de conselhos e pitacos, "deves fazer assim", "no meu tempo", "como não comes carne?" e por aí vai.
          Ontem a noite, na hora de dormir perguntou onde estava o "penico".
-Que penico Rebostiana, perguntei.
-Ora, o penico para as visitas, vais dizer que não tens?  

-Não, não  tenho, são dois os  banheiros, podes escolher um e ficar só pra ti.
-Mas se quiser fazer xixi de noite como faço? Não vejo nada no escuro...
-Acende a luz de cabeceira.
-Mas tu não tens foco? (foco é como denominavam lanterna no passado)
-Não precisa foco Rebostiana, temos luz em toda a casa.
-Mas eu prefiro penico... e se eu quiser fazer cocô, como vou até a latrina?
-...já sei, sua moderninha, mandou desmanchar a latrina do teu avô? Não tens sentimentos mesmo, ele gostava tanto de pegar o jornal e o rádio de pilhas, que ele mesmo fez, e ficar um tempão na latrina.
-Sim, quando ele saiu da mansão aquele lugar fedorento foi desmanchado, aterrado e plantado um lindo pé de magnólias no lugar.
-ah, tá bom, acho que estou incomodando, vou usar o banheiro e a luz de cabeceira.
 -A mãe contou-me uma "historinha" tua, de um penico e da escada da mansão, lembras?
-hãn...?
-É, estou sabendo do teu tombo na escada, com o penico cheio, isso que desde aquela época, anos 50 do século passado, na mansão haviam dois banheiros e alguns habitantes insistiam em usar penicos e latrina.
-Tu guardou o penico da Lilly? Sei que ela já no século XXI ainda usava e te deixava "p" da vida, heheheh... Deve estar no quartinho embaixo da escada, ou na despensa, lá fora?
-Sim Rebostiana, guardei na despensa lá fora, para plantar flor dentro dele.
-Então...
-Então nada, aqui dentro ele não entra, e agora vá dormir que estou indo.
-Boa noite.
-Boa noite Lici, deixas eu te chamar assim,  ao envés de Beth?
-Sim, pode ser, fico contente em lembrares meu apelido de infância.
          Sinto pena da Rebostiana, sozinha, morando naquela cidade esquisita, Fiofó do Planalto, estou esperando ela iniciar os relatos dos acontecimentos por lá. Mas, só na próxima semana pois amanhã vou para Getúlio Vargas para comemorar o aniversário da minha querida tia Luíza.

Namoro virtual

Hoje, depois de analisar os dois pretendentes,
 moradores da "mansão", a linda e meiga Nina,
 decidiu-se pelo Mimi,
quem desejar conhecer Nina melhor, é só acessar por
Mimi emocionou-se tanto que depois de mil perguntas sobre como é a cidade onde Nina mora, se ela também pode ficar sobre o muro da casa, e também refletir sobre todas as palavras que Nina escreveu sobre o amor, pediu que eu escrevesse por ele, pois ficou muito cansado (emoções boas também cansam) e foi dormir.
Então Nina, tua "sogrinha" está aqui para oferecer-te algumas poses do Mimi dormindo.


E também, em nome dele oferecer-te essas orquídeas azuis, combinando com teus lindos olhos.
Nina, és muito especial.


28 de março de 2012

Rebostiana da Pá Virada

Entre Panos, Cães e Gatos, surgiu, ou melhor, ressurgiu em minha vida a Rebostiana da Pá Virada. Encontrei-a por acaso, pensei até que já havia morrido, tem mais de cem anos, mas diz que temos quase a mesma idade.
Praticando gentileza, tão em moda hoje em dia, 
convidei-a para visitar-me.
Aceitou na hora e logo chegou, com a mala transbordando
 roupas, recordações e ratos.
Sim ratos, este que está com um dos gatos filhotes 
deve ter vindo em sua mala.
Rebostiana é um nome engraçado, foi exigência de uma madrinha, para desgosto de seu irmão mais velho o Pubi da Pá Virada, que já está junto aos anjos, há algum tempo.
Quando a conheci, creio que eu tinha uns quatro para cinco anos e ela aqui esteve para ajudar cuidar da minha avó. Rebostiana é comadre de uma amiga da tia de uma vizinha da minha bisavó e andou sumida por muitos anos. 
Depois da aposentadoria, era professora de História e de Educação Moral e Cívica, na segunda metade do século passado, resolveu entrar para a Faculdade de Direito e formou-se tendo trabalhado por muitos anos. Prometeu contar sua labuta nos tribunais assim que lhe "clarearem as ideias" (palavras dela).
Atualmente seu domicílio é Fiofó do Planalto mas tem residência em várias cidades do Brasil e fora dele.
 Diz que odeia inverno, mas chegou na mansão, justamente quando ele está chegando e meu bom humor sumindo.
Rebostiana prometeu contar-me algumas coisas que acontecem na cidade onde mora, Fiofó do Planalto, cidade dita  hospitaleira e progressista e também algumas "coisinhas" que ela lembra terem se passado aqui na mansão. 
Disse que lembra de muitos fatos da minha infância e adolescência.
 Pela resenha, poderá render alguns posts por aqui.

27 de março de 2012

Panos para alguém muito especial

Demorei mas finalmente terminei os paninhos que levarei como presente de aniversário para minha querida tia Luíza.
Depois de prontos, passaram por rigoroso controle de qualidade. Aqui Belo examina a caneca, 
a carteirinha/necessaire,
Kita parece que tem os olhos nos dedos, está palpando os panos.
Mas, enfim, veio a aprovação!
Detalhe do botão antigo, em madrepérola.
Os quatro paninhos juntos.
Mug rug.
Detalhe do coração integrante de todas as peças, com meus desejos para a aniversariante, Amor, Saúde e Paz.
Aqui já enroladinhos e amarrados com uma cinta dupla face. Receberão ainda embalagem externa, com  base/suporte e envolvendo tudo, papel celofane, com um laço de tecido.