"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

2 de março de 2013

Brincando com o neto


 Visita sempre bem vinda é a dos filhos com suas famílias.
Hoje, depois de brincarmos com as "coisas" de sempre, resolvemos
 procurar uma pracinha no centro da cidade para o G brincar.
 Sugeri a do hospital, mas achamos sem graça. Restou a Praça Central, em frente a Prefeitura.
Para uma cidade com mais de 60.000 habitantes, a Praça está miserável. Os brinquedos resumem-se a três balanços, três gangorras, um carrossel (quebrado) e um escorregador. Frequentadores: nós e duas meninas caigangues falando sua língua nativa o que me alegrou, mantendo a tradição da tribo.
 Fiquei muito feliz em ver que a árvore, onde nos anos sessenta várias vezes sentei, pois a praça é em frente à Escola onde fiz o ginásio, resiste às intempéries e podas, 
brotando sempre linda e altaneira.
 Sua raiz externa serviu hoje para o G brincar,
 quase cinquenta anos depois de ter servido 
para a vovó sentar sobre ela.
Desnecessários são os balanços quando existe uma
 linda árvore que com todo amor recebe 
os pés descalços de uma criança.
Quando a escalada foi mais alta, 
mão zelosa do pai protegeu o menino.

1 de março de 2013

Coragem de dizer não

Durante aproximadamente dez anos acolhi gatos e cães na minha casa.
Talvez por algum tempo até possa ter sido confundida com acumuladora de animais.
Quando um pequenino aqui chegava era cuidado, aquecido, alimentado.
Ao chegar a época de doar, sempre exigi que recebessem o mesmo que aqui recebiam.
Doar para sofrer, ficassem aqui. Pois bem, nesse pensamento, hoje estão comigo 30 gatos e 12 cães.
Confesso, muitos nasceram aqui por descuido meu e de pessoas que no momento estavam responsáveis pelos animais. Hoje isso é impossível, pois estão todos castrados e sobre o leite derramado, ou gatos e cães nascidos por descuido, não adianta lamentar.
 Vários leitores do blog também me acompanham no Facebook  e sabem que ontem aqui foi um dia de difícil, mas de sábia decisão. 
Nas fotos de hoje, já perceberam que estou com um filhotinho de gato nas mãos, ou sobre os joelhos, ou junto ao peito, na tentativa de aquecer a criaturinha, para que pelo menos morresse quentinho. Tinha certeza que não iria sobreviver, pois tinha no máximo trinta e seis horas de vida, não aceitou alimentação e quando chegou até mim estava gelado.
 O minúsculo ser chegou até aqui através de um apelo desesperado via Facebook que derreteu meu coração. Foi encontrado no dia anterior, à tardinha numa parada de ônibus, dentro de uma sacola junto com outros quatro, já praticamente sem vida. Quem os acolheu, não sabia como agir e a única coisa que fez foi colocar uma manta de lã numa caixinha e os dois sobreviventes. Alimentou-os com leite misturado com água Mas, o principal que era aquecer ela não fez. 
Ao recebê-los tive a certeza de que não sobreviveriam. Um morreu durante a tarde e este que ficou um pouco mais comigo partiu durante a noite, já na casa de outra cuidadora porque criei coragem e disse NÃO.
As outras palavras, repetirei parte do que postei na rede social:
É muito fácil dizer sim, sorrir, ter pena, fazer de conta...
Mas, quando assumi hoje a responsabilidade de dizer chega, cansei, o fiz com coragem e a partir desse dia, 28 de fevereiro de 2013, minhas portas, portões, cercas e muros estão fechados para qualquer espécie de animal. Não por causa deles, mas sim por causa de humanos irresponsáveis, tolos e inconsequentes. Devo ter perdido alguns amigos, se os perdi, paciência, enquanto nós humanos não aprendermos nos amar antes de amar o próximo, o amor doado é inútil.
Às queridas madrinhas que estão fazendo a diferença no cuidado com os gatos, digo que podem ficar tranquilas pois todos os que aqui estão, comigo ficarão enquanto deles puder cuidar e espero que até o fim de suas vidas, seja aqui na mansão ou num lugar melhor que tenho a certeza está sendo preparado para que todos, animais e humana, possamos ter mais liberdade.

25 de fevereiro de 2013

Fique em paz amigo querido


A alegria dos filhos faz com que os olhos da mãe brilhem e seu coração cante compartilhando.
Já a tristeza de um filho transforma-se na mãe em dor profunda, vontade de te-lo novamente criança embalado nos braços, mesmo sendo ele pai embalando o filho.
As palavras do filho hoje foram essas:

"Neste triste final de semana pensei na vida. 
Sobretudo na imprevisibilidade dela.
 Percebi que excelentes pilotos caem, motoristas batem, 
médicos adoecem, pedestres são atropelados,
 uma ida ao banco ou à boate pode ser fatal, existências acabam... 
Alguns dos homens mais admiráveis que conheci não chegaram aos 50... 
A lição que tirei é que nunca deixarei de fazer nada que me faça feliz e seja saudável, por receio de eventual risco, pois o risco de estar vivo em um planeta que circunda uma explosão nuclear já é suficiente, bem como esperar pelo futuro pode significar perder a oportunidade de ser feliz hoje... 
Como diz aquele musica "...a gente chegou um dia a imaginar que tudo era para sempre, sem saber que o para sempre, sempre acaba..."

Perdemos um amigo que nos parecia imortal mas, um vento inesperado o tirou das asas do avião para as asas da eternidade.
Dalton permanecerá na lembrança, assim como sua bondade, seu sorriso, atenção, cuidado com tudo e com todos.
Seu corpo físico pode ter saído de perto dos nossos olhos, mas ele permanecerá eterno até que voltemos a nos encontrar na eternidade.

Como escreveu Luis Carlos Borges em uma linda canção da tradição gaúcha: 

"Me quebrou o vidro dos olhos me fez chorar, me fez chorar
Quem o vidro dos meus olhos vai agora remendar..."

Estamos todos com o vidro dos olhos quebrados, mas aos poucos juntaremos os cacos, mesmo que continuemos ainda algum tempo, olhando ao redor com óculos escuros para que nossos olhos vermelhos ou marejados não causem estranheza em quem de nossa dor não sabe.