"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

3 de fevereiro de 2012

Sucesso na cozinha!

Hoje Nino resolveu não subir na mesa e deitou-se no armário que está sendo preparado para receber alguns objetos. 
Enquanto isso ele curte a nova toca.
Fiz a metade da receita, não usei trigo, apenas farinha de aveia e aveia em flocos como ingredientes secos.
Aqui todos reunidos, prontos para serem triturados pelo Super Liquidificador. Observem que tudo está dividido, duas bananas e meia, cinco castanhas do pará, cinco damascos, as cinco ameixas pretas já estão no liquidificador picadas, um quarto de xícara de óleo de canola, fermento químico, canela em pó e dois ovos.
Mistura já batida no liquidificador, sem pulos e sujeira.
A massa ficou assim, tive medo de estar muito mole, mas deu certo.
Na forma coloquei papel manteiga no fundo untado e polvilhei com canela em pó que adoro.
Enquanto o bolo assava o Mimi tomava água na torneira da cozinha. Com a seca que está nos torrando aqui no Rio Grande do Sul os gatos estão com as partes brancas avermelhadas.
Aqui o resultado, um pequenino bolo, receita aprovadíssima.
Este é o armário onde o Nino fez seu cantinho,  foi o primeiro armário de cozinha da mãe (quase setenta anos). Aceito sugestões para deixá-lo mais alegre. Pensei pintar os metais em cor vibrante e apenas desgastar um pouco as portas e beiradas com lixa porque pintar não tenho paciência. 
Se alguém desejar a receita, peça e mandarei por e mail.

1 de fevereiro de 2012

Desastre na cozinha

Termômetro marcando 31° em Carazinho, 
Receita impressa, ingredientes sobre a mesa, 
o auxiliar Nino provando um pedacinho de ameixa,
Mistura colocada no liquidificador nascido em 1973, portanto há quase quarenta anos. É daqueles com copo de vidro,  vários já foram trocados e agora é plástico, mas a máquina continua mais ou menos igual a quando nasceu. Interessante é que agora funciona apenas na quarta e mais rápida velocidade. 
Ocorre que ele tem um probleminha, 
é preciso segurar firme o copo para ele não sair pulando.
Mas, na ânsia de mostrar o PAP do maravilhoso bolo de bananas que a Rosana Sperotto mostrou no seu blog, a quituteira de araque descuidou-se para pegar a câmera e o resultado aí está:
bananas, ovos, ameixas secas (troquei as passas), óleo de canola semi batidos por todos os lados,
sobre e no lado do microondas, no balcão e lateral,  no chão,
na cafeteira,
respingos pela parede e geladeira...
Por hoje desisti, mas amanhã farei, sem câmera ou gatos por perto.
 Detalhe, sei que liquidificador é baratinho, poderia comprar novo mas não troco o jurássico por nada. Duvido que os novos triturem ração seca para os filhotes!

29 de janeiro de 2012

Mini pomar - horta - jardim

Existindo boa vontade e disposição ao trabalho pode-se em menos de trinta metros quadrados, cultivar temperos como curry, manjericão, sálvia, alecrim,
  plantas aromáticas como cidró, citronela, mirra,
circundando enorme ameixeira e pitangueira,

Observem o capricho das plantinhas em seus mimosos recipientes maior parte deles reciclados.
O viço das plantas é o mesmo das pessoas que delas cuidam. Percebe-se o amor em todos os pontos do jardim e da casa.
Não esquecendo de citar a parreira da qual tive o privilégio de degustar uvas maravilhosas com sabor de infância.
Em meio a folhagens e temperos plantados em antigos bule, caneca e chaleiras, um formoso e minúsculo pé de café, repleto de frutinhos vermelhos.
E, como não poderia deixar de ser, em casa de pessoas batalhadoras na piedade e caridade e que exercitam a fraternidade em todas as atividades, aqui temos a gata Pipoca sob a parreira,
O Pretinho Básico entre os ramos da ameixeira 
e Anita Garibaldi embora avançada em anos não dispensa uma gostosa brincadeira.

Encontrando respostas - "Uma razão para viver"

     Andei ausente do blog por alguns dias e conto o motivo. Os questionamentos íntimos sobre o último ano de vida da mãe tomaram conta do meu coração. Era um tal de, será que? e se? deveria ter feito... ou deveria ter deixado de fazer... Enfim, sensações desagradáveis começaram povoar meus pensamentos, atordoando minhas certezas quando ontem, ao ler o jornal Zero Hora deparei com o texto que transcrevo, escrito pelo médico J.J.Camargo e ilustrado por Edu.

     "Quando percebemos que é possível curar alguém com uma doença grave, provavelmente açodados pela sensação (maravilhosa) do poder, tendemos a ignorar o que pensa o paciente sobre o que deve ser feito, até porque parece inaceitável que ele queira menos do que ficar curado.
     Entretanto, a experiência demonstra que, por mais surpreendente que isso possa parecer, não é bem assim.
     A maioria dos velhos vê a morte com uma naturalidade incompreensível aos mais jovens. Eles usam a equação amor para dar/amor para receber como critério para decidir se vale a pena, porque têm a convicção de que qualquer esforço ou sofrimento só é justificável se, depois de tudo, houver uma vida prazerosa para desfrutar. E a maturidade médica exige um nível de compreensão e respeito às decisões que envolve, antes de mais nada, a preservação da liberdade de escolha.
     Quando anunciei ao Reinoldo que ele tinha um tumor pequeno, sem nenhum sinal de disseminação local ou à distância, e que estava indicada uma cirurgia que ele tinha plenas condições de tolerar porque aos 86 anos não apresentava nenhuma comorbidade importante, eu era uma certeza só.
     Ele ouvia tudo com altivez, sem questionar, como quem mantém o comando e quer apenas obter algumas confirmações.
     A primeira pergunta foi inquietante: "Que tempo terei se não fizer nada?" Não consegui fugir da resposta: "Mais ou menos uns dois anos".
     "Acho que esse tempo é, na verdade, mais do que preciso! Depois que minha amada morreu, há três anos, fiz a bobagem de vender o nosso canto e tenho rodado a cada três meses pelas casas de meus quatro filhos. Nessas 12 mudanças de domicílio, não consegui ignorar o desencanto que provoco em cada chegada e o alívio indisfarçado em cada partida. E não há como negar que eu atrapalho a rotina deles. Cansei, meu doutor. Acho que já é tempo de dar um fim a este rodízio."
     Havia gratidão para explicar o abraço de despedida mais prolongado, e consegui dele a promessa de que voltaríamos a conversar. Porém já antecipava a dificuldade de arranjar argumentos para contrapor à crueldade daquela lucidez.
     Fiquei com uma desagradável sensação de que se aprendemos a fazer com que nossos velhinhos vivam mais, estamos muito longe de entender que esta conquista só se justifica se dermos utilidade à vida deles. Se não, viver mais para quê?"


     Agora, lendo o texto concluo que devo encerrar este ciclo de culpas e entender que ninguém, com 86 anos, sentindo dores físicas e imensas dores na alma como morte de neta e filho, pode desejar permanecer por mais tempo na terra, dependente de ajuda para as mais elementares atividades da vida.
     No momento tenho a firme convicção de ter feito o correto. Proporcionei para a mãe nos seus últimos dias, conforto  e muito carinho, fazendo todas as suas vontades, enquanto pude estar com ela e, acredito que minha ausência deu a ela a liberdade para partir sem sentir meu sofrimento.