Completei hoje sessenta anos. Disse certa vez um amigo que mulheres que revelam a idade são especiais pois tendo coragem para tanto, nada as segura. Pois bem, sendo especial ou não, minha idade aí está, muitas coisas já vi, vivi, experimentei, gostei, não gostei, e o tempo, senhor de muitos corre veloz.
Nos anos cinquenta nasci, brinquei de casinha, com bonecas, de roda, polícia e ladrão, esconde-esconde,
fui alfabetizada. Nos anos sessenta, a adolescência com seus encantos e desencantos chegou de mansinho, as reuniões dançantes à tarde, o cinema, também à tarde. Alheia ao que ocorria politicamente na primeira metade desses anos, a ditadura militar, com 12, 13 anos nada mudara. Um pouco mais tarde, mas ainda vivendo os "Anos Dourados" embalava-me ao som de Roberto Carlos, Jerry Adriani, Renato e seus Blue Caps, e outros tantos "estrangeiros". e aí surge uma grande mudança: o rádio perde seu espaço para a televisão, a primeira da casa foi adquirida quando fiz quinze anos (1967) e foi a primeira da vizinhança. Tivemos muitos "televizinhos" até que outros aparelhos de tv foram chegado.
Logo fui apresentada aos anos setenta e esta década para mim foi muito marcante. Prestei vestibular, ingressei na faculdade de Direito, conheci meu marido, casei em 1973, minha primeira filha nasceu e 1974.
Em 1975 perdi o pai (meu porto seguro) e em 1979 nasceu meu segundo filho.
Década de oitenta veio e com ela uma época muito difícil em família quando em 1983 meu marido partiu num acidente de carro. Embora formada, não havia trabalhado e fui obrigada a buscar o sustento da família, sempre com o auxílio da minha mãe. Anos noventa chegaram com a tecnologia dos celulares e computadores que logo pudemos adquirir e assim mudou o século, tudo e todos precisando adaptarem-se às novidades e hoje cheguei aos sessenta anos, sem festa mas com muita saúde e vontade de viver.

Dentre todos os presentes recebidos hoje, dois destacam-se: o primeiro, um telefonema de amigos queridos conhecidos aqui no blog, direto do Japão, Rubi e Sandra presentearam-me com suas vozes, foi a primeira vez que alguém telefonou para mim de tão longe. Obrigada amigos blogueiros e desculpem por não colocar os links de seus blogs pois não consegui fazê-lo no note novo . O segundo presente muito significativo é o buquê que está no vaso. Uma amiga de infância, vizinha até hoje, trouxe as rosas e os verdes de seu jardim para alegrar meu dia. Assim eram as flores presenteadas nos aniversários antigamente, quando as floriculturas ainda não proliferavam as cidades. Fiquei encantada pelo carinho. Obrigada Leila.
Também resolvi presentear meus olhos e repartir aqui essas lindas orquídeas que estavam expostas na cidade e onde fui ver pela manhã.