"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

25 de fevereiro de 2011

Ursa, nossa querida Buxinha!

Já dizia alguém: "quem muito pensa nada faz".
Serve-me como uma luva, deixei muitos dias de postar, pensando em iniciar uma série de posts sobre gatos. Mas, hoje, na busca de fotos para ilustrar os posts, entre todas de pets, sobressaíram-se as da Ursa, cadela que conviveu comigo durante seis anos e partiu no dia 7 de janeiro de 2011.
Ursa foi a segunda cadela que resgatei num abrigo para animais abandonados. A primeira foi a Fi, mascote do Blog que merece um post só dela.
Fazia trabalho voluntário numa associação de proteção aos animais na cidade onde resido. Conheci a Ursa no primeiro dia em que lá estive.
Mas, um dia pensei em verificar de perto a situação daqueles animais. Como a história é apenas da Ursa, comentarei apenas a situação em que ela se encontrava. Quando vi a cena, chamei a responsável e questionei porque ela estava sobre o telhado de duas casinhas, com ração, água e fezes, muitas fezes. A resposta foi que ela subia no telhado por medo dos outros cães. Na hora, baixei a cabeça e saí do local pronta para denunciar a associação por maus tratos. Mas, minhas colegas voluntárias impediram. 

Hoje não entendo como fui capaz de deixar esse anjo sofrendo mais alguns dias naquele local imundo. Dias depois, novo mutirão, e Ursa ainda sobre as casinhas, comendo, bebendo, sofrendo... decidi dar um basta..
Finalmente pude pegar aquela fofura no colo, trazê-la para a cidade, dar um banho e chamar um veterinário para examiná-la. Aparentemente era saudável, mas em idade avançada (incerta).
Alguns dias convivendo com a "Buxinha" como carinhosamente era chamada por meu filho, descobri que havia adquirido um tesouro.
Todos os defeitos que a maioria dos cães têm, como pular, lamber, latir em demasia, fazer xixi e cocô dentro de casa, Ursa não tinha. Pular e lamber, nunca fez.
Mas, como nada é perfeito, após o cio em janeiro de 2010, manifestou-se um tumor de mama, cujo crescimento foi muito rápido.
 Início de março foi feita a cirurgia onde foram retiradas, além do tumor, as duas cadeias mamárias. Foi um sucesso, veio para casa ainda sonolenta, preferi cuidá-la à deixá-la internada.
Ainda dormindo, com colar elizabetano, curativo e toda enfaixada, permaneceu sob a atenção da família humana e dos focinhos e bigodes.
A Fi, também companheira de exílio no abrigo, permaneceu ao lado da amiga até sua plena recuperação.
No dia após a cirurgia, o curativo foi feito na clínica, pelo médico veterinário que a operou. O comportamento da nossa querida Ursa foi exemplar, ficou quietinha para a admiração de quem não convivia com ela, porque meu filho e eu tínhamos certeza de que seria assim.
Ursa sempre foi minha parceira de caminhadas, desde que não muito longas. Num domingo pela manhã, andei mais ou menos 1Km e a princesa resolveu sentar. Deixei-a descansar um pouco, dei-lhe água, e tentei retornar para casa. Ela caminhou? Não. Empacou como uma mula e então, peguei-a no colo e em etapas caminhando um pouco, descansando outro tanto, depois de mais de uma hora, chegamos em casa.
Nunca mais arrisquei longas caminhadas. Apenas em volta da quadra.
Em dezembro de 2010, dias antes do Natal, percebi que ela estava dormindo além do normal. Permanecia na minha cama até em torno de meio dia e só descia a escada se a chamasse. Fiz uma mudança de móveis na sala de televisão onde ela ficava quando não estava no quarto e a partir daí Ursa não foi mais a mesma. Passou a procurar cantos da sala e ficava com a cabeça contra a parede. Mas, continuava comendo normalmente e, quando dei-me conta que eram sintomas graves de senilidade, era dia 29 de dezembro o veterinário que a cuidava havia viajado. Por esses dias ela deixou de comer, só tomava um pouco de água espontaneamente. Dia 2 de janeiro de 2011 procurei o veterinário que a havia atendido no primeiro dia aqui em casa. O diagnóstico foi: "é Beth, ela está nos seus últimos dias de vida".
Procurei deixá-la o mais confortável possível, no final dando água com seringa, um pouquinho de leite com mel, também na seringa.
Enfim, Ursa saiu de cena, foi para a Ponte do Arco Íris no dia 7 de janeiro de 2011, discreta como sempre viveu.

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