"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

11 de outubro de 2011

Confusão na alma

Saudades da minha mesa de trabalho, atualmente nua, da máquina de costura, agora fechada, dos panos, trancados  no armário, dos moldes dobrados, das revistas guardadas. 
O tempo para os "Panos" que já era pouco parece não existir mais.
Difícil tarefa que a vida reservou, tratar a mãe como criança desobediente, a paciência que pensei ter adquirido já não é a mesma.
Hoje, mais uma queda e algumas manchas roxas por fazer o proibido...
Tento manter o bom humor mas é muito difícil assistir a decadência do corpo e mente de quem nos deu a vida.
Seu rosto perdeu os traços alegres, restam apenas rugas de amargura, nada mais lhe interessa, e eu impotente, perdida sem saber como, ou, sem poder ajudar, intuindo apenas o que lhe pode agradar. Às vezes acerto, outras não.
Mas, entre todas as mazelas, nesse instante estou recebendo o carinho do Kity, ronronando deitado no meu colo enquanto escrevo, algo que há vários anos ele não fazia. Preciso cuidar com o movimento da mão direita pois ele colocou sua patona sobre ela e se colocar as garras aumentará minha coleção de cicatrizes.
Kity é o frajola o outro é o Mimi.

8 comentários:

  1. Beth querida, fiquei muito triste por ti, lendo esse post. Minha melhor amiga e sócia no escritório perdeu sua mãe há cerca de dois anos, com mais de noventa anos; nos últimos anos ela não reconhecia as pessoas, voltava ao passado, achava que as filhas eram sua mãe. Algo que ela falou, me lembrou teu atual sentimento: era como se a mãe não estivesse mais ali, a não ser fisicamente; era uma perda pela metade e muito doída. Quero te desejar muita força para viver essa fase tão difícil.
    Quanto às cicatrizes das gateiras, costumo dizer que são nossas tatuagens; algumas são temporárias, mas outras são para sempre. Mas elas são um preço pequeno a pagar pelo que nos dão em carinho, apoio e consolo não é mesmo? Abraço bem grande

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  2. Ô Beth, entendo tanto, tanto... Minha maquininha de costura também está fechada, os minutos contados, a oração para redobrar a paciência sempre na ponta da língua, o medo das quedas me fazendo vigiar sempre, sabendo que nem assim a segurança é garantida. Apesar do alto astral da mãe, aqui também a intuição precisa funcionar 24 horas para buscar acertar as palavras e as pequenas decisões de cada dia e outras tão complicadas. E frente a tudo isso, continuo encantada com essa reserva de força e equilíbrio que desconhecemos até que dela dependemos, não é mesmo? Procura descansar nos intervalos, querida, pra recuperar a paciência e o ânimo. Sei que a gente acaba num roldão e quer aproveitar todo tempinho pra fazer isso e aquilo, mas o corpo e a mente não aguentam. Que o feriado aí seja tranquilo. Abraço bem grande!

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  3. Puxa, sinto tanto. Foi impossível segurar as lágrimas aqui.
    Se eu pudesse te dizer algo que ajudasse, eu diria que você é uma filha abençoada e sua mãe, dentro de toda essa dor quase insuportável, ainda tem a sorte de tê-la como filha.
    Um abraço muito forte e cheio de vobrações positivas. Força! Força, muita força querida.

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  4. Me emocionei com o que escreveu, e imagino o quanto deve estar difícil, pesado, a paciência se esvai mesmo. E seus panos, moldes, máquina de costura, que te desestressam, trabalhos maravilhosos. Querida, força, muita!!! Te adoro.

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  5. Amigas queridas, agradeço comovida seus comentários. Sei que é apenas uma fase, mas também sei o desfecho dessa fase, assim tudo torna-se mais difícil. Desculpem não responder individualmente mas vou aproveitar que a mãe está deitada, para descansar um pouquinho na caminha improvisada, mas sempre com a companhia de alguns amiguinhos de quatro patas.
    Beijos, mais uma vez obrigada pelo carinho.

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  6. Beth querida, imagino o quão difícil seja essa fase de sua vida. Somente o DIVINO para ajudar. Ainda bem que você tem companheiros fiéis que ficam em seu colo te ajudando nesse momento.

    Beijos, Néia

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  7. Beth querida, não é fácil mesmo, mas vai passar e vai ficar tudo bem, força amiga, e me avisa quando voltares para gente papear, agora, ao vivo, ehehe, bjos.

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  8. ...é, Beth, faz parte da vida...(que sempre é uma caixinha de surpresas...ora agradáveis ora não tão agradáveis assim...)...de força em força, vamos superando, evoluindo...Você é uma fortaleza...a base ? - o amor, sempre o amor!!!beijinhos, Lígia

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