"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

8 de dezembro de 2011

Natal antes da "era garrafas pet"

Eram lindos os natais antes da invasão dos produtos natalinos artificiais.
No início de dezembro as mulheres e crianças da família reuniam-se e munidas de receitas e ingredientes simples como farinha de trigo, manteiga, açúcar, ovos e fermento mais as tigelas, medidores, balanças de cozinha, cortadores com formas especiais, assadeiras e um bom forno que poderia ser a lenha ou a gás e no final do dia, já confeitadas, enchiam-se latas com as deliciosas "bolachinhas de natal" que só poderiam ser degustadas a partir do dia 24 de dezembro.
Naquela época a decoração das "bolachinhas de natal" era simples, a mãe batia o merengue (claras em neve com açúcar) manualmente. A alegria das crianças era ajudar na decoração e "limpar" as tigelas e batedores do merengue.
Atualmente encontra-se doces com o mesmo formato dos antigos, muito bem decorados, parecendo obras de arte que acho lindas mas para meu paladar, ou saudosismo, prefiro as simplesinhas, apenas com um merenguinho básico, branco e com algumas bolinhas coloridas polvilhadas por cima.
A foto abaixo é meramente ilustrativa, mas era mais ou menos assim a atividade do dia 23 de dezembro.
 Era o dia de montar a árvore de natal.
Engraçado, lembro dos natais da minha infância e sei que na adolescência tudo permaneceu igual, mas não lembro de ajudar nas atividades preparatórias (só interessavam os presentes).
 Lembro que cedo na manhã do dia 23, a mãe dirigia-se até a casa de uma senhora, que plantava pinheirinhos no seu enorme quintal, e ambas serravam a árvore escolhida dias antes e essa era trazida para nossa casa.
Havia uma lata grande na qual era colocada a árvore que geralmente tinha a altura de mais ou menos dois metros. Para acomodar o tronco eram colocadas pedras ao redor para que permanecesse firme e um pouco de areia no fundo. 
Como nossos "pinheirinhos" eram pequenas araucárias, imaginem como ficavam as costas e braços das pessoas que erguiam e fixavam a árvore, de espinhos implacáveis, na lata.
Passo seguinte: a decoração. A mãe guardava os enfeites do pinheirinho com tanta cautela que eles permaneceram entre nós até os anos 90 do século XX. Eram enfeites de vários formatos, quebravam com a mínima pressão. Mas, eram tantos que as "quebras" não eram muito relevantes (será?). 
Antes do advento das luzinhas "made in China", várias velas pequenas, com seus suportes que pareciam mãozinhas eram utilizadas e o efeito era maravilhoso.
Finalizado, nosso Pinheirinho de Natal ficava mais ou menos assim (foto ilustrativa retirada da net).

Sempre fui fascinada por presépios e colocava toda criatividade e esmero ao montá-los. Infelizmente não tenho fotografias para mostrar. Eram feitos caminhos com areia, cerquinhas de madeira delimitando o espaço desde o pinheirinho até a lareira onde o presépio era colocado.
O último natal em que tivemos um pinheirinho natural foi em 1993. No ano seguinte comprei o primeiro artificial, mas os natais dos anos 90 terão que aguardar a localização das fotos.

5 comentários:

  1. Oi Beth! Estou adorando as postagens sobre os Natais antigos. O período natalino, em especial para as crianças, sempre foi mágico. Senti nostalgia ao ler os posts e saudade dos velhos tempos. Aguardo o próximo! Beijos

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  2. Parece que vamos passar o Natal juntas, hein, Beth? As histórias são as mesmas, e a virtualidade está fazendo a mágica de nos unir nas mesmas vivências e emoções. Não achas que as bolas eram mais preciosas por sabermos da sua fragilidade? Parece uma metáfora materializada. Sempre penso nisso quando abro a caixa dos enfeites, hoje perenes, de vida longa e garantida. Chiii, tô "viajando" demais... (rs). Beijo com sabor de merengue

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  3. Oi Beth, achei tão lindo teu post, estou com saudades tuas, como estás? bjinhos, ótimo final de semana.

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  4. Beth adorei esse post também. Tá muito legal ler o que você está escrevendo sobre os natais de antigamente.

    Beijos, Néia

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  5. Eu adorava ajudar a minha mãe a decorar a árvore ! Primeiro ia com meu pai comprar o pinheiro e depois fazia a decoração. Me lembro bem dessas latas para plantar a árvore...eu já tinha uma gata que ajudava na decoração da árvore...mas o maior interesse eram os presentes mesmo ! Em compensação quando meus filhos eram pequenos minha sogra ia até Nova York comprar os enfeites e brinquedos, mas era um natal cheio de aparências e poucas alegrias...
    As coisas mais simples é que deixam o natal encantador, também acho que as bolachinhas antigas eram mais gostosas, essas muito decoradas têm gosto de plástico !
    Beijos
    Laís

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