"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

25 de maio de 2012

Adoção - Escolhas

Hoje, dia 25 de maio, é o Dia Nacional da Adoção (de humanos). 
Afirmo que tendo condições financeiras e psicológicas, aliadas a idade compatível, adotaria pelo menos duas crianças, irmãs de preferência mas, sem importar-me com a idade, cor ou sexo.
Pena que quem deseja adotar um gatinho não pense assim como eu. Importam-se com idade, cor, sexo e a maioria, também com a raça. E pretendem adotar sem terem condições financeiras, psicológicas e sem a mínima noção das necessidades de um gato.
Quem conhece gatos, já deve ter percebido que é melhor adotá-los adultos quando a personalidade já está formada. O lindo gato preto/prateado abaixo, é lindo mas quando nasceu era tenebroso. Sua cabeça era maior que o corpo e todos apostaram que "não vingaria". Pois aí está, pesando mais de seis quilos, possui uma "juba" que aumenta no inverno e praticamente some no verão. Mas, é uma fera portanto não serve para lares onde há crianças.
Os três filhotes, têm quatro meses, são mimosos como os pais,  mas não são tão lindos e já são filhotões, portanto não muito desejados para a adoção.
Lindos os amarelinhos não acham? São irmãos com personalidades diferentes. O amarelo peludo é muito querido, anda atrás de mim por onde vou e adora colo. Já o amarelo e branco não gosta de colo e prefere isolar-se.
O Frajolinha, olhinho de pirata é muito querido mas tem um "defeito" no olho e seu irmãozinho é um gatinho dos mais comuns mas é um doce.
Oh! Que linda esta tricolor! Sim, ela é muito linda mas completamente selvagem. Esconde-se e agride quem se aproximar.
Já essa mãezinha, lembram? Quem conhece o blog há mais tempo sabe que ela é a Mitinha, mãe do Tilli, aquele amarelinho que andava sempre no colo, no bolso, brincalhão (morreu ainda bebê). Mas, o assunto agora é a Mitinha. Ela faz parte do grupo da "adoção em massa" que fiz em 2006 retirando oito gatos adultos de um abrigo miserável. 
Mitinha é uma das gatas mais carinhosas, ronronantes e falantes que conheço. Mas, numa briga teve o olho esquerdo ferido e passou a ser o "saco de pancadas" das outras gatas (todas castradas). Com isso, há alguns meses ela sumiu. Quarta-feira, às quatro horas da madrugada, o alarme da "mansão" disparou,
 o patrulheiro veio até aqui e nada de estranho foi visto. Meia hora mais tarde, novamente o alarme aos berros, acordou a rua toda e fez com que dois patrulheiros se apresentassem, procurando o possível invasor da mansão. Já imaginando ser um felino intruso a ultrapassar as barreiras, informei aos monitoradores que não era nada demais e deixei os sensores desligados. Logo depois escutei o miado da Mitinha, sim, conheço o miado de todos os meus gatos, e eis que a danadinha estava aproximando-se da porta,
 mal conseguindo andar. Peguei-a no colo e iniciou-se a sessão ronron e miadinhos carinhosos. Estava magérrima e percebi que seu quadril estava deslocado e no baixo ventre senti algo muito duro, parecendo ser um osso. Ofereci um sachê de ração que foi devorado em segundos e água fresca que ela tomou também. Ajeitei uma caminha confortável, num quarto isolado, deitei-a e voltei dormir.
Observando bem nas fotos, percebe-se o deslocamento do quadril em torno de três centímetros de assimetria. As patinhas traseiras praticamente se cruzam e ao caminhar, às vezes ela perde o equilíbrio, mas seu intestino e rins funcionam perfeitamente.
Acredito que tenha sido atropelada ou recebido um coice de algum cavalo humano e escondeu-se
 por todo o tempo em que esteve sumida.
Percebem como é difícil a adoção, principalmente para o adotado e mais ainda tratando-se de gatos. Para estes a  lei é muito branda  visando sua proteção, não há fiscalização eficiente, inexiste Conselho Tutelar ou Ministério Público que os ampare. Quando incomodam são atirados nas ruas e quando adoecem geralmente são sacrificados.
Aí se instala o dilema da escolha do adotante para os indefesos animais. A grande maioria dos candidatos a tutores só não contam os pelos dos animais por ser impossível, mas tentam sempre escolher os menores e mais bonitos. 
Pretendi dizer aqui, nas entrelinhas, que de nada serve o gato ser lindo, filhotinho, pelos longos. Conhecendo gatos como conheço, lendo e vendo as fotos, se pudesse escolher, apenas através do texto e das imagens, com certeza escolheria Mitinha para adotar. 

9 comentários:

  1. Eu sempre disse que fico daqui babando pelos seus peludos. Já ri, me emocionei, chorei neste tempo que sigo o blog, e em muitos momentos meu coração ficou apertado, como foi no caso do Vitinho, que tanto amor e cuidado receberam de ti, e acompanhamos sua luta, torcendo muito por ele.

    Conheço a realidade da adoção, do abandono, do preconceito, da crueldade, da ignorância e falta de informações, e me surpreendo com comentários e atitudes que envolvem tudo isso, e principalmente quando diz respeito aos gatos.

    Sua postagem é muito feliz, tão importante e certeira, diz coisas tão necessárias e verdadeiras, que bom seria se as pessoas parassem, pensassem e agissem de forma tão diferente. Gatos são maravilhosos, e sabemos muito bem disso, pena que as pessoas não se esforcem para conhecê-los mais, derrubando tantos preconceitos e idéias pré-concebidas e divulgadas desde sempre.

    Ah, não sei qual desses gatos eu gostaria de poder adotar, são tão especiais e merecedores!!!!

    Beijos, querida.

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    1. Cristina querida, és merecedora de adotar qualquer um deles! É só escolher. Do jeito que as coisas estão andando sem demora precisarei solicitar madrinhas e padrinhos para eles pois estou complicando tanto as adoções que as despesas estão começando pesar no orçamento. Mas isso é assunto para futura postagem.
      Agradeço tuas palavras, sempre muito bem vindas!

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  2. Beth muito bem dito tudo isso. Queria que as pessoas fossem menos cruéis e mais sensiveis a realidade do mundo animal. Podiam ter metade do seu amor e cuidado que já seria bom.
    Espero que a Mitinha melhore e sossegue na sua casa.
    Um beijo

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    1. Obrigada pelo carinho Eva, procurarei manter a Mitinha dentro de casa, sob meu olhar direto!

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  3. Com tuas imagens e palavras conseguiste transmitir muita coisa que eu vivencio todos os dias e não saberia retratar tão bem.
    Meu último post foi sobre minha Snow que hoje, graças a São Chico, vets e muitos cuidados, está muito bem, mas que foi encontrada em um estado lastimável, levando muuuitos meses para recuperar-se completamente. Lá no início do blog relatei sua história. Ela chegou a ser pega por um vizinho que encantou-se pelo fato de ser "de raça", mas que um dia depois, percebendo que não estava apenas suja, mas com uma diarréia constante e incontrolável, nos entregou rapidinho. O primeiro vet ao qual a levei, chegou a olhá-la com nojo... Hoje, está aqui a meu lado enquanto escrevo, linda e doce.
    Ao resgatar um gato (ou vários), nunca pensei em sua beleza ou idade, mas em sua necessidade. Uma vet já me disse que tenho que aprender a olhar para o outro lado, mas é tão difícil...
    Também tenho uma gatinha muito doce (a Docinho) que era saco de pancada; isto me levou a subdividir um grupo inicial.
    Lendo teu post, fiquei triste, pensando no que tua Mitinha sofreu durante esses meses longe de ti, mas feliz ao saber que voltou para o seu aconchego. Beijo grande, amiga querida

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    1. Gisa querida, mesmo com todos os "calços e percalços" adoro o desafio de resgatar a dignidade de um gatinho "estropiado". Eles são muito amados. A tua Snow é muito chique!
      Fiquei tão contente com o retorno da Mitinha, com seu ronronado e "esfrega esfrega" constante em minhas pernas que até esqueci que ela havia sofrido... ela é muito danadinha, já encontrou minha cama e é por lá que fica instalada durante o dia, escala a colcha pois não consegue pular mas é esperta e achou o jeitinho.

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  4. Eu acho que as pessoas sonham demais ao adotar um animal, querem aquele ser perfeito e divino que vai ser mega carinhoso, super saudável e companheiro, mas depois percebem que a realidade é diferente e daí não dá mais pra voltar no tempo. Eu confesso que achei a Luna feia quando a adotei e quando ela chegou em casa foi pior ainda porque ela fugia todos os dias (era magra e passava pelo portão) e fedia demais! Eu a levei em 2 veterinários diferentes por causa do cheiro dela mas não tem jeito e muitas vezes é desagradável conviver com isso, mas vou dando banhos sempre que posso (no inverno é mais difícil, ela treme!), apesar de tudo ela é muito companheira e educadinha.
    Se eu fosse adotar um dos seus gatos seria um dos filhotões que eu acho lindos ou um dos amarelos que são meu sonho de consumo! Mas a minha primeira gatinha era tigradinha e simples, mas era adorável e selvagem ao mesmo tempo.
    Eu sempre fiquei imaginando a quantidade de ração que você compra e o trabalho que dão tantos animais. Confesso que não sou a pessoa super paciente e amorosa que pareço, tem dias que perco a cabeça, grito e até dou uns tapinhas (ou umas joelhadas no Barum e ele nem sente!) porque são muito exigentes e me solicitam o dia inteiro!!!
    Ainda bem que a Mitinha voltou, ela merece ter uma vida tranquila (apesar das brigas) e espero que agora sossegue.
    Agora que estamos mais em contato com animais maltratados e abandonados (pelos blogs e facebook) eu tenho uma visão diferente e se fosse adotar não escolheria pela beleza e sim pela docilidade e companheirismo independente da beleza. Como exemplo posso citar a Nikita que perdeu um olhinho mas continua linda e vive feliz com a Néia.
    eu estou à beira da falência com os gastos da Rutha e dos "outros" mas vale a pena cuidar dos nossos amores!
    Beijos
    Laís

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    1. Laís, confesso pra ti que também não sou muito paciente com os cães. A Nausy é a mais jovem que fica dentro de casa e a maior também e nos últimos tempos resolveu literalmente "pular" em cima dos velhinhos pequeninos. Hoje coloquei uma guia (como faz o Cesar Milan do Animal Planet), ao redor do pescoço dela e prendi na minha calça. Qualquer movimento brusco eu puxava.
      Já os gatos, a não ser o Nino que pensa que é humano e entra dentro do meu prato, toma meu suco, come geleia, os outros são anjos de quatro patas. Tento manter todos em segurança, mas tem alguns que não adianta, eles escalam muros e cercas e vão passear, mesmo castrados.
      Imagino o que estás gastando com os queridos idosos, são como nós humanos, "a idade não vem sozinha".
      Continue na tua batalha e quando chegar o momento de despedida, dê lar e carinho para quem tanto espera nas ruas ou em abrigos.
      Beijos

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  5. Tadinha da Mitinha!!..que bom que ela está de volta. Beth, as pessoas são preconceituosas e dão valor a beleza em tudo, infelizmente. Sempre tive gatos de rua, os ditos feios e mal-tratados e jamais os trocaria, eles são apaixonantes.

    Bjs, Néia

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