"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

2 de janeiro de 2013

Tecendo laços

Manuel Bandeira poetou:
"E a vida vai tecendo laços quase impossíveis de se romper,
Tudo o que amamos são pedaços vivos do nosso próprio ser."
E eu entendi por que depois de os cães e gatos resgatados do abandono, estarem um tempo comigo, parece impossível a separação.
São os laços tecidos pelo convívio que transformam-se em amor (recíproco) e a dor, também recíproca de apartar-se, lacera muito fundo que fica a pergunta: vale a pena?
Num pequeno balanço que fiz de anos que se passaram, não encontrei razão alguma para separar-me deles. Gosto de cuidá-los, de limpar seus cantinhos, de acariciar, pegar no colo...
Por eles abstenho-me de muitas coisas consideradas normais para uma pessoa  na minha idade, saúde e cultura. Sinceramente,  do que me abstenho nada faz falta. Atualmente até as viagens internacionais se resumem a quinze dias pouco mais, pouco menos. Então, separar-me definitivamente deles por uma viagem, uma peça de teatro, um reveillon?  Ao retornar,  recordações não aqueceriam meu coração como a parceria dos animais aquece. 
Sim, como poetou Manuel Bandeira, os laços que a vida tece são "quase impossíveis de se romper"(grifei). Com isso entendo, em relação aos gatos e cães que comigo estão, ser possível doar alguns, mas para que a dor da separação não lacere a alma, os adotantes necessariamente deverão tecer "laços quase impossíveis de se romper", com os adotados.
                                                                  

7 comentários:

  1. Quem sabe tecer laços de amor como você, que são fortes e sinceros, fica mesmo muito dificil romper. e se trazem felicidade e alegria, pq romper?!
    beijos e seja sempre muito feliz em 2013!

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  2. Pois eu concordo, Beth. tem coisas que nem posso dizer que abro mão porque o retorno que as peludas me dão é maior. Até viajo razoavelmente bastante, mas a trabalho e viagens curtas, mas tive a graça de conseguir uma maravilhosa catsitter pras gatas. As férias que são um pouco mais complicadas, mas até agora os horários meus e da catsitter combinaram (por exemplo: ela não viajar ou estar de férias ao mesmo tempo que eu). No mais, sinceramente? É tão bálsamo estar na minha casa com as gatas que nem acho ruim, é um prazer. Os laços são grandes e fortes e, fui eu, em última estância, que resolvi ficar com cada uma delas, como se livrar de filhos? Inconcebível! Sempre brinco que, na pior fase de minha vida (financeira) eu colocaria todas num carrinho de super mercado, telava em cima e iria mendigar...mas COM elas hehehe

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  3. Sei muito o que estás a falar... aqui em casa minha irma dodó se foi no ultimo dia 14 e poucos dias antes mamis prega um cartaz contra abando no aqui no hall do meu condominio ai o povo pega e abandona uma filhote aqui na minha porta. Papai a colocou para casa. Ela cheia de sardas e fungos e mamis cuidando e pondo ela para adoção. O tempo foi passando e agora ela não vai mais doar.. por entender e sentir exatamente esses laços que você está a dizer neste post.. são ligações muito fortes. Aproveito para te convidar para conhecer meu novo blog.

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  4. Sei como é, sei o amor que sentes pelos teus animais e mesmo quando te separas deles fica na ta e na memotia deles o carinho com que foram tratados.
    Eles são uns sortudos por se terem cruzado na tua vida. (ou serás tu a sortuda) ???
    Beijos querida bom ano

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  5. Ah, Beth...nem me fale desses laços!!

    Senti isso na pele, quando criei o Sebastian e os 5 irmãozinhos dele na mamadeira. Tive que fazê-lo, sem experiência nenhuma e sozinha!! Fiquei desesperada e paguei uma babá para ajudar, mamavam de 2 em 2 horas...nossa, que sufoco e ai...consegui lares maravilhosos para todos...mas...e os laços??? Cada um que ia, levava um kit completo ( cestinha, brinquedos, xampu, ração, pate, pedrinhas, comedouros, liteirinha...ai..tudo, tudo, inclusive um PEDAÇO DO MEU CORAÇÃO!!!

    Eu ficava mal, chorando sem parar....totalmente descontrolada!! Sabe, eu aceito a morte tranquilamente, pois faz parte do ciclo de existência!! Mas...separar para ir para outros braços...aiiiiiiiiiiiiiii...foi então, que meu Sebastian deu um jeitinho de ficar...hehehe...

    Mas...eu estou tentando trabalhar o desapego - pois já pensei em oferecer lar temporário, mas, e ai??? na hora de separar???

    Tenha um lindo dia,

    beijinhos,

    Lígia e turminha
    ❀♡☼❀♡☼❀♡☼❀

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  6. Muitos destes laços foram-lhe impostos, abandonados para que assumisse "a responsabilidade de irresponsáveis", que simplesmente passaram adiante quem deveriam cuidar e proteger. Alguns diriam que são "problemas" e os descartaram, enquanto você os acolheu e cuida deles, tornando-se sua família e fortalecendo laços.

    Eu busquei estes laços e por eles abro mão de momentos e coisas, muitas que já tiveram importância e um espaço grande na minha vida, mas que hoje eu os troco pelos meus momentos com meus filhotes, para estar com eles. São um porto seguro, um aconchego, a companhia que sempre me acolhe, que se alegra e às vezes se afasta, e eu aprendi a respeitar o espaço e a me alegrar com seu retorno. É indescritível voltar para casa e ser recebida com um amor pleno, do seu jeito, do seu tamanho. Com eles eu aprendi a ser mais paciente, tranquila, observadora, o amor que recebo é infinitamente mais intenso do que eu podia imaginar, e está intimamente ligado à paixão que descobri com eles.

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  7. Quem decide ter um animal em casa tem que se comprometer, eu deixo de fazer ou comprar coisas por causa dos meus peludos e vejo que as pessoas não estão dispostas a desapegar ou a aceitar as bagunças que os animais fazem.
    No domingo a Luna fez o maior xixi no quarto da Júlia que estava limpíssimo, ela voltou de viagem (depois do xixi da Luna) deixou a mala no quarto e o Barum fez aquele xixi na mala...quem é que aguenta essas coisas??? Eu simplesmente limpei tudo, nem deu tempo de dar bronca!
    Beijos
    Laís

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